Vai das origens da permanência dos portugueses naquela região índica até 1924. É um período de iniciação, um quase deserto secular, que se modifica com a introdução do prelo(máquina tipográfica de impressão )em 1854, mas sem os resultados literários verificados em Angola.
Está hoje perfeitamente concluído que, ao contrário de Angola, não houve uma atividade literária consistente e continuada, em Moçambique, até aos anos 20 do século XX.
Nesse panorama desértico, tão habitual no oitocentismo, em África, sobressai, nos anos 60, 70 e 80, a publicação dispersa dos textos de Campos Oliveira (nasceu na Ilha de Moçambique, em 1847; morreu em 1911), num total de 31, rastreados por Manuel Ferreira. Foi estudante de Direito em Coimbra e morou na Índia, autor de um Almanaque Popular em Margão, em meados dos anos 60.Vejam-se duas estrofes de «O pescador de Moçambique»:
Está hoje perfeitamente concluído que, ao contrário de Angola, não houve uma atividade literária consistente e continuada, em Moçambique, até aos anos 20 do século XX.
Nesse panorama desértico, tão habitual no oitocentismo, em África, sobressai, nos anos 60, 70 e 80, a publicação dispersa dos textos de Campos Oliveira (nasceu na Ilha de Moçambique, em 1847; morreu em 1911), num total de 31, rastreados por Manuel Ferreira. Foi estudante de Direito em Coimbra e morou na Índia, autor de um Almanaque Popular em Margão, em meados dos anos 60.Vejam-se duas estrofes de «O pescador de Moçambique»:
— Eu nasci em Moçambique,
de pais humildes provim,
a cor negra que eles tinham
é a cor que tenho em mim:
sou pescador desde a infância,
e no mar sempre vaguei;
a pesca me dá sustento,
nunca outro mister busquei.
de pais humildes provim,
a cor negra que eles tinham
é a cor que tenho em mim:
sou pescador desde a infância,
e no mar sempre vaguei;
a pesca me dá sustento,
nunca outro mister busquei.
[...]
Vou da cabaceira às praias,
atravesso Mussuril,
traje embora o céu d’escuro,
ou todo seja d’anil
de Lumbo visito as águas
e assim vou até Sancul,
chego depois ao mar-alto
sopre o norte ou ruja o sul.
atravesso Mussuril,
traje embora o céu d’escuro,
ou todo seja d’anil
de Lumbo visito as águas
e assim vou até Sancul,
chego depois ao mar-alto
sopre o norte ou ruja o sul.
Lindo poema
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